Oxóssi é considerado um orixá da mata que tem sobre o seu domínio o arco e a flecha. Pelo fato de portar armas, este orixá tem vinculação direta com a vida e a busca pela sobrevivência. Em suas representações, a utilização das armas remete prontamente à caça, um dos meios fundamentais da sobrevivência humana.
Sob a perspectiva histórica, o culto a Oxossi estaria relacionado às famílias reais que controlavam a antiga cidade de Kêto. Contudo, a celebração teria perdido forças em território africano na medida em que seus adoradores foram sendo paulatinamente vitimizados pela escravidão. Apesar disso, podemos ver o culto à Oxóssi em várias manifestações religiosas desenvolvidas na América Colonial, principalmente no Brasil e em Cuba.
Conhecido pela posse de uma única flecha, Oxóssi é adorado como um caçador habilidoso que não desperdiça a valorosa chance que tem para alcançar seu objetivo. Devido à sua destreza e sabedoria, esteve muitas vezes relacionado à incessante busca pelo conhecimento e a conquista de metas. Em algumas das histórias que povoam o reconhecimento deste orixá, podemos vê-lo como filho de Iemanjá e irmão de Ogum e Exu, e designado para a proteção das florestas.
No seio das manifestações sincréticas, este orixá foi aproximado à trajetória de diferentes santos. Na região de Pernambuco, ele é associado a São Miguel, o anjo que caçava os demônios com o poder de sua implacável espada. Na região fluminense, o mesmo orixá é reconhecido em São Sebastião, santo que morreu amarrado em uma árvore e teve seu corpo cravejado por flechas. Nos vários ritos afro-brasileiros, Oxóssi também aparece com os nomes de Congombira, Azcá e Mutacalombo.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
Site www.brasilescola.com
Adaptação no texto por: André Marques